A fecundação consiste na união de dois gâmetas, um feminino e outro masculino, produzindo uma célula, o ovo ou zigoto, a partir da qual se desenvolve um novo ser vivo. Nos organismos superiores, os gâmetas, que se formam por meiose, contêm metade do número normal de cromossomas da espécie a que pertencem, pelo que durante a fecundação, com a ocorrência da fusão dos dois gâmetas e dos seus núcleos, o número de cromossomas característico da espécie é reposto.
A união dos gâmetas é feita ao acaso, uma vez que cada célula diplóide dá origem a quatro gâmetas, cada gâmeta feminino pode ser fecundado por quatro gâmetas masculinos diferentes. A fecundação introduz, assim, variabilidade genética nas espécies.
Pode verificar-se fora do corpo (fecundação externa) ou no interior da fêmea (fecundação interna), como resultado da cópula.
A fecundação externa ocorre em meio líquido, sendo frequente na maioria das espécies aquáticas ou em espécies em que a fecundação depende da presença de água. O macho e a fêmea libertam simultaneamente grandes quantidades de gâmetas na água, onde ocorre a fusão da célula masculina com a feminina. Isto é possível, porque a água protege o ovo ou zigoto da desidratação.
Por sua vez, a fecundação interna é um mecanismo praticado pelos animais que se desenvolvem a partir de um ovo com casca e rico em reservas nutritivas, ou por aqueles cujo embrião se desenvolve no interior do corpo materno. Em algumas espécies de tubarões e raias, a zona pélvica é especializada, permitindo a passagem do esperma para a fêmea, e na maior parte destes animais o embrião desenvolve-se internamente e nasce livre. Na terra, a fecundação interna é uma necessidade, porque o esperma e os ovos desidratam-se rapidamente quando expostos ao ar. Muitas vezes os machos possuem um órgão copulador que permite a transferência do esperma para a fêmea. Répteis e aves desenvolvem-se a partir de ovos protegidos por casca. Nos mamíferos placentários, o embrião desenvolve-se no útero, onde recebe alimentos através da placenta. As duas estratégias de reprodução que se encontram nos animais, o unissexualismo, em que os gâmetas femininos e masculinos são produzidos por indivíduos distintos, e o hermafroditismo, em que o mesmo indivíduo produz ambos os tipos de gâmetas, condicionam o tipo de fecundação. No unissexualismo a fecundação é cruzada, pois requer a intervenção de dois indivíduos e a fusão dos seus gâmetas. Já no hermafroditismo, pode ocorrer autofecundação (hermafroditismo suficiente), em que os gâmetas que dão origem ao ovo são produzidos pelo mesmo indivíduo, ou
fecundação cruzada (hermafroditismo insuficiente), tal como no unissexualismo.